Derrocada da antiga ponte da Lavandeira, sobre a Ribeira da Mota.
As chuvas desse mês de Outubro de 1954 foram particularmente fortes pelo que as impetuosas águas transbordaram do leito, inundando o vale e arrastando tudo à sua passagem, incluindo detritos e moreias de canas de milho que assim, como um tampão com forte pressão, derrubaram a velha ponte, provavelmente edificada com pouca consistência.
Provisoriamente foi construído um passadiço em madeira, conforme se vê na imagem, sendo depois edificada a ponte que actualmente existe.
Provisoriamente foi construído um passadiço em madeira, conforme se vê na imagem, sendo depois edificada a ponte que actualmente existe.
- Junho de 1954
Vista da igreja matriz, obtida na zona do Ribeiro. De notar a inexistência da capela mortuária e a falta da escadaria frontal, a poente, bem como a respectiva alameda (até porque são relativamente recentes), bem como é diferente a zona envolvente à Ribeira da Mota. Em todo o resto, não são visíveis grandes alterações apesar de terem decorrido quase 55 anos.
- Novembro de 1964
Magusto da Catequese no Monte do Viso. Esta tradição ainda subsiste nos nossos dias. Hoje em dia, a fogueira é apenas simbólica mas naqueles tempos era uma fogueira a sério. Aliás, eram duas fogueiras: Uma para os rapazes e outra para as meninas, o que não deixa de ser uma curiosidade.
Quanto ao local, facilmente se nota a diferença de vegetação, com a abundância das acácias, bem como o característico terreno irregular do monte.
- 3 de Fevereiro de 1963
Neve em Guisande.
Naquele Domingo, 3 de Fevereiro do ano de 1963, a neve caíu em Guisande com alguma intensidade, chegando a cobrir os telhados das casas, para preocupação dos adultos e alegria das crianças.
Nestas fotografias antigas, obtidas na data, vê-se o telhado da igreja matriz coberto com um branco manto. bem como o adro, também ele coberto de alva neve. Um postal digno do Natal.
Naquele Domingo, 3 de Fevereiro do ano de 1963, a neve caíu em Guisande com alguma intensidade, chegando a cobrir os telhados das casas, para preocupação dos adultos e alegria das crianças.
Nestas fotografias antigas, obtidas na data, vê-se o telhado da igreja matriz coberto com um branco manto. bem como o adro, também ele coberto de alva neve. Um postal digno do Natal.
- Julho de 1966
Vista parcial do Cemitério Paroquial de Guisande.
Conforme se pode verificar, ainda existiam as sebes de bucho a delimitar os quatro canteiros e para além dos jazigos da Casa do Sr. Almeida do Viso, da capela da Casa do Sr. Moreira da Igreja e mais um ou outro jazigo realizados em granito, a maioria das campas eram rasas, em terra, assinaladas com as características lápides de louza. As dificuldades eram outras e, porque não dizê-lo, as vaidades eram menores.
Também se pode ver ainda a existência da lápide em granito, encimada por uma cruz que existia na campa do Padre Carvalho, fundador da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Infelizmente, por desmazelo ou por outro motivo infeliz, esta lápide foi destruída ou encontra-se desaparecida. Foi um acto imperdoável.
Conforme se pode verificar, ainda existiam as sebes de bucho a delimitar os quatro canteiros e para além dos jazigos da Casa do Sr. Almeida do Viso, da capela da Casa do Sr. Moreira da Igreja e mais um ou outro jazigo realizados em granito, a maioria das campas eram rasas, em terra, assinaladas com as características lápides de louza. As dificuldades eram outras e, porque não dizê-lo, as vaidades eram menores.
Também se pode ver ainda a existência da lápide em granito, encimada por uma cruz que existia na campa do Padre Carvalho, fundador da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Infelizmente, por desmazelo ou por outro motivo infeliz, esta lápide foi destruída ou encontra-se desaparecida. Foi um acto imperdoável.
- 25 de Outubro de 1942
Fotografia da inauguração da Cruzada Eucarística. Foto obtida defronte da residência paroquial. Ao centro, entre as crianças, o Pároco Padre Francisco de Oliveira, nos seus primeiros anos como guia espiritual da paróquia de S. Mamede de Guisande.
De momento não conseguimos apurar os dados relativos à data da extinção desde grupo, mas creio que tal ocorreu talvez em meados dos anos 70. Será um dado a confirmar. Todavia, este movimento eucarístico, conhecido popularmente pelo Grupo da Cruzada, ainda está bem vivo na memória de várias gerações de guisandenses.
Sobre o movimento da Cruzada Eucarística:
O movimento da Cruzada, a exemplo de muitas paróquias de Portugal, também existiu aqui em Guisande, desde 25 de Outubro de 1942, até meados dos anos 70, conforme já referi. É possível que na sua origem, na sua génese estejam reminiscências da lenda da Cruzada das Crianças.
De todo o modo, sabemos que este movimento da Cruzada teve origem concreta no apelo do Papa Pio X, que, em plena I Guerra Mundial (1914/1919), pediu que as crianças, adolescentes e jovens de todo o mundo se organizassem numa Cruzada Universal, com o objectivo primeiro de rezar pela paz no mundo. Este movimento parece ter chegado a Portugal no início dos anos 20. Foi um sucesso e nos anos 30 o movimento agrupava quase três milhões de jovens, principalmente crianças.
De todo o modo, sabemos que este movimento da Cruzada teve origem concreta no apelo do Papa Pio X, que, em plena I Guerra Mundial (1914/1919), pediu que as crianças, adolescentes e jovens de todo o mundo se organizassem numa Cruzada Universal, com o objectivo primeiro de rezar pela paz no mundo. Este movimento parece ter chegado a Portugal no início dos anos 20. Foi um sucesso e nos anos 30 o movimento agrupava quase três milhões de jovens, principalmente crianças.
A Cruzada Eucarística das Crianças era formada por crianças em idade da escola primária, rapazes e raparigas, que vestiam roupas brancas. Sobre a roupa, cruzando o tronco, como na figura acima, era colocada uma faixa igualmente branca, estampada com a tradicional Cruz de Cristo, a vermelho. As meninas usavam ainda uma espécie de lenço, preso à cabeça por uma cinta. Este movimento era coordenado por mulheres, ligadas normalmente à Catequese, a quem se dava o nome de zeladoras. Pessoalmente nunca estive integrado nesse movimento, mas recordo perfeitamente a sua existência onde participavam alguns meus colegas. Entre outras actividades, o grupo da Cruzada tinha que acompanhar os funerais, participando no respectivo cortejo fúnebre.
Naquela época, e ainda durante vários anos, os funerais eram realizados em cortejo pedestre, desde a casa do falecido até à igreja matriz. Em cada cerimónia, a cada criança da Cruzada era oferecida uma espécie de senha de presença, que mais tarde daria direito a algumas prendas ou lugar gratuito numa das excursões realizadas anualmente peló pároco. Em meados dos anos 70, o movimento na nossa freguesia acabou por se extinguir de forma natural, entre outros motivos, devido à cada vez menor indisponibilidade das crianças em participarem com regularidade nos diversos eventos e cerimónias religiosas.
A.Almeida