Mês de Agosto. Para os guisandenses, para além de um merecido período de férias retemperadoras, para a maioria, é também um tempo de bons sentimentos de ligação à sua terra, identidade e tradições, nomeadamente para os emigrantes que vivem este período de forma bem mais sentida.
Para muitos de nós, o período da Festa do Viso, em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, é mais do que assistir a espectáculos de música, beber umas valentes cervejolas e comer a sardinha assada, participar numa missa ou procissão solenes, embora também tudo isso, mas é igualmente o regresso a um palco das nossas vidas, ao lugar onde na velha escola primária do Viso aprendemos as primeiras letras, apanhamos as primeiras reguadas e puxões de orelhas e esperávamos ansiosos a hora de cada recreio para dar lugar às brincadeiras de então, à sombra do velho sobreiro.
É o recordar de velhos amigos e companheiros das aventuras e brincadeiras, dos jogos de futebol, batalhas de pedradas, caça aos ninhos, jogo do pião e outras travessuras. Amigos que, como nós, cresceram, envelheceram, uns já carecas, outros barrigudos, outros sem dentes, e outros, que Deus os tenha, já desaparecidos.
O Monte do Viso é assim um espaço onde muitos guisandenses dão lugar à alegria e devoção para com Nossa Senhora da Boa Fortuna mas simultaneamente enchem o peito e a alma das boas memórias de um tempo que já fugiu, o da nossa infância. É por isso um momento único nesta engrenagem sem fim que é o Tempo.
Para todos os guisandenses, votos de boas e merecidas férias e que sejam dignos e merecedores das mais doces memórias da nossa infância e desta terra que aprendemos a amar.