Há momentos e circunstâncias assim e pode-se viver mais sete vidas, como os gatos, que jamais os esqueceremos. No caso, a conquista do 36º campeonato de futebol pelo S.L. Benfica, a que corresponde o seu primeiro tetra, precisamente num emblemático dia 13 de Maio, em que em Fátima, pejada de peregrinos, se comemorou o centenário das aparições, com a presença do peregrino Papa Francisco, que a todos marcou e comoveu, crentes e não crentes.
Como se não bastasse, à noite, Salvador Sobral venceu a Europa das canções, desfolhando uma canção tão simples e banal mas com a enorme diferença de ser isso mesmo: simples, mas, mais do que isso, genuina, e em tão grande contraste com o espalhatafoso leque das demais canções, o que fez com que a Europa, juri e povo, notasse a diferença e a elegesse de forma tão sintomática como a vencedora.
Mais do que a música, porém, apreciei a mensagem do Salvador Sobral já no final, a apelar para que a música deixe de ser “fogo de artifício” e seja tão somente sentimento. Não creio que a Europa, apesar deste lampejo, perceba e mude a essência deste espectáculo há muito transformado num show do antes parecer do que ser, mas valeu. Pode ser que seja uma semente que aos poucos vá crescendo. Pode ser…
Há dias assim.