Na edição desta segunda-feira, 22 de Maio, do semanário regional "Terras Notícias", foi publicado um texto de autoria do Sr. Mário Baptista, em que a propósito da construção de um cantão com vinte sepulturas no cemitério de Guisande, pela Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, dá a sugerir que os interessados na compra de uma sepultura terão que ser obrigados a comprar duas. Isto porque na construção, as mesmas foram feitas numa disposição aos pares. Mais diz que várias pessoas lhe manifestaram essa dúvida e que não sabem ou não entendem o motivo, dizendo que assim "estas sepulturas foram feitas para vender aos menos pobres".
Ora, independentemente de todos termos direito à opinião e à crítica, e haverá sempre que prefira o vinho branco ao tinto, e vice-versa, tal insinuação não tem de todo qualquer fundamento. Desde logo, das vinte sepulturas construídas, quatro já estão vendidas e duas delas de forma individual, uma a cada proprietário. Seria totalmente descabido que alguém fosse obrigado a adquirir duas sepulturas precisando só de uma. Que estão caras comparando com o anterior preço, até podemos concordar, mas mesmo assim com preço inferior (1400 euros) ao praticado nos cemitérios de Lobão, Gião e Louredo (1700 euros).
Por outro lado estranha-se que seja dito que várias pessoas mostraram essa dúvida e preocupação quando, na realidade, com a Junta nunca ninguém colocou a questão ou a dúvida.
Assim, para reposição da verdade, esclarece-se que ninguém é obrigado a comprar duas sepulturas, podendo obviamente comprar apenas uma. A opção de construir aos pares, mas divididas entre si, tem a ver apenas com o objectivo de criar entre sepulturas um maior espaço permitindo melhor acesso e mais facilidade na limpeza e manutenção. Assim, cada proprietário, para além da frente da sepultura voltada ao passeio, tem um espaço lateral relativamente amplo quando comparado com o da maioria das sepulturas existentes tanto no cemitério velho como no novo. Apesar de estarem aos pares, o revestimento do jazigo (mármore ou granito) pode ser feito obviamente de forma independente já que a separação entre ambas o permite. Por outro lado pretendeu-se criar uma métrica mais uniforme, ao contrário do que tem acontecido nas outras sepulturas. Não se pretendeu poupar nem desperdiçar espaço, mas apenas construir o número de sepulturas que estava previsto para o respectivo cantão.
Em resumo, é sempre bom haver uma consciência crítica, e felizmente o Sr. Mário Baptista, por quem tenho especial simpatia e consideração, tem sabido exercê-la ao longo dos tempos, apontando às diferentes Juntas situações que merecem ser apontadas, mas no que se refere a este assunto das sepulturas, o que escreveu ou procurou transmitir, mesmo que decorrente de algum desconhecimento manifestado por terceiros, não corresponde de todo à verdade.