14 de novembro de 2017

Chover no molhado


À água, como à saúde, de resto como a muitas outras coisas, só lhe damos importância quando dela temos falta. Com um ano de 2017 quase sem chuva e com um outono armado em verão, não surpreende que os especialistas declarem Portugal em estado de seca, seja ela severa ou extrema. 
Uma grande parte do país, como os agricultores e criadores de gado nas zonas interiores e Alentejo, está já a sofrer na pele e na carteira as consequências. A outra parte, quase não a sente porque, como dizia há dias o Ministro do Ambiente, apesar de tudo a água continua a estar acessível nas torneiras dos portugueses.
Não admira, assim, que regressem as velhas campanhas a apelar à poupança da água, esse precioso e insubstituível bem para a sobrevivência de tudo quento tem vida.
Perante esta caristia de água, andamos todos quase a pedir, até mesmo aos santinhos, que a chuva faça favor de cair e se possível em abundância para reforçar nascentes, fontes, poços, furos e encher regatos, albufeiras e rios. 
Mas isto é por agora porque em circunstâncias normais ficamos todos aborrecidos quando chove, porque complica as nossas vidas, porque é chata, perigosa para a condução e para quem trabalha ao ar livre, porque estraga planos de viagens, de férias, de idas à praia, piqueniques, casamentos, etc, etc.
Vamos, pois, esperar que de facto a chuva venha quanto antes, na justa medida se possível, mas quando ela é abundante, mesmo que excessiva, convirá sempre pensar na falta que faz e por isso dar-lhe o valor que merece.