Mesmo que aos tropeções e francamente sortudo nos dois jogos da meia-final com o Bayern de Munique, o Real Madrid vai disputar mais uma final da competição futebolística de clubes a UEFA Champions League. O adversário será o Liverpool, equipa inglesa que, com alguma surpresa, acaba por chegar à final, o que de resto não é novidade no seu histórico percurso europeu. Assim sendo, no próximo dia 26 de Maio, em Kiev, ma Ucrânia, o clube espanhol pode assegurar a sua terceira vitória na prova de forma consecutiva.
A final Real Madrid - Liverpool, será a 63.ª edição da principal competição de clubes de futebol da Europa e a 26.ª final desde que a prova deixou de ser chamada Taça dos Clubes Campeões Europeus e passou a designar-se de Liga dos Campeões da UEFA - UEFA Champions League.
Não deixa de ser irónico e mesmo paradoxal que a pomposa Liga dos Campeões seja disputada e ganha por muitos clubes que na realidade não foram campeões nos respectivos países (veja-se em Portugal com as participações do F. C. do Porto e Sporting). Mas sendo de há muito o futebol profissional uma poderosa e rentável indústria, as designações não passam de esquemas e interesses de marketing. De resto, pelo mesmo prisma, temos um Paris-Dakar em terras sul-americanas e um Rock in Rio em Lisboa.
Os purismos já foram e face aos interesses mais altos do dinheiro, tornam-se pingarelhos de um lirismo que já é passado.
Voltando ao Real Madrid-Bayern, os dois jogos foram transmitidos pela RTP. Em ambos, de reprovar o parcialismo evidente, exagerado e ridículo do narrador do jogo, sempre com o Cristiano Ronaldo na boca, sempre a evidenciar tudo o que mexia para a equipa espanhola e relevando a notória superioridade do Bayern. Lances de faltas contra o Real Madrid, incluindo situações de evidentes penalties, eram escamoteadas pela narrativa.
Foi um mau serviço prestado por alguém que devia ter uma atitude imparcial e ter em conta que o futebol e as suas paixões passam para além do Cristiano Ronaldo e o clube onde ele joga. Em Portugal há muitos adeptos do Bayern de Munique e pelo menos esses mereciam um pouquinho mais de contenção e, já agora, algum respeito, tanto mais de um serviço que se diz público.