(...É evidente hoje que o Facebook – e o mesmo se poderia dizer do Twitter ou do Youtube (que pertence à Google) – albergam e difundem o melhor e o pior, porque, como dizia recentemente na Argentina o sociólogo Manuel Castells, “as redes são a expressão do que somos e a espécie humana não é necessariamente boa”.
A meu ver, porém, não basta repetir o que o senso comum diz habitualmente das tecnologias: que elas, em si mesmas, “não são boas nem más”; e que “o uso que delas fazemos é que é determinante”. É verdade que muito depende do utilizador e do uso. Mas é preciso não ser ingénuo relativamente à natureza e finalidades das redes sociais. O Facebook ou o Instagram são bem mais do que brinquedos que nos ofereceram para realizar a promessa de pôr de pé uma rede de comunicação à escala do mundo. E não é só pelas utilizações fraudulentas e mal-intencionadas de que vamos tendo conhecimento. Somos também nós que fazemos essas redes, em particular quando nos desinteressamos de conhecer a sua lógica de funcionamento e adotamos, no seu uso, ‘comporta-mentos de manada’....)
(Manuel Pinto in Rádio Renascença)