3 de julho de 2018

A seara é grande e os trabalhadores são poucos

Ai esta  linda terra, solar rico e fecundo de outros tempos! De belas searas, já crescidas e maduras das quais o cereal pende generoso  de altos caules em espigas douradas.
Mas os trabalhadores tardam. São poucos e porventura mal mandados, não por eles, coitados, que  obedientes fazem o que lhes mandam, mas pelos vetustos senhores, donos das searas e das vinhas do reino, que vão desperdiçando talentos como figueiras que, por mais que se lhes cave à volta e afofe a terra com estrume de minhoca ou de cavalariça, pouco ou nada frutificam, produzindo apenas folhas, como se, fosse vinha, muita parra e pouca uva.
- Mandai, pois, senhor, trabalhadores para a vossa seara, que é mais que tempo! Bem sabemos que foram muitos os ímpios e pecadores, mas talvez nesta linda terra se encontrem 10 justos e, coitados, mereçam a vossa misericórdia e, quiçá, um figuito da vossa quase estéril figueira, que são poucos, e não devem ser desperdiçados como nozes por quem não tem dentes (pensareis na vossa infinita e iluminada sapiência).

Parábola da salvação!