26 de setembro de 2018

É a democracia, certo?


Tenho ouvido e lido, sobretudo desde que sofreu um atentado durante uma acção de campanha, sobre o perfil do candidato às presidenciais do Brasil, Jair Bolsonaro
Independentemente do que possa achar do estilo, e de concordar ou não com as suas posições, que nitidamente parecem-me desajustadas e extremistas, fico, todavia, sempre algo intrigado por alguns ferozes ataques ao candidato já que se colocam estas questões: Goste-se ou não, é um candidato com os seus direitos em dia, certo? Concorre a umas eleições democráticas, certo? É o povo que vai escolher o que acha o melhor candidato para o Brasil, certo? Tratando-se de umas eleições democráticas deve-se respeitar a escolha do povo na sua maioria, certo?

Se as respostas forem certo, e não há como não ser, então que se deixe funcionar a democracia e que se respeite o resultado das eleições.  Que em campanha se esgrimam as personalidades, ideias e os projectos, que se denunciem e repudiem extremismos, mas depois dos resultados, que se respeite o povo.

Assim sendo, de que têm medo os seus críticos? Dele ou do medo da democracia funcionar? É que a democracia tem destas coisas, a de possibilitar a eleição de um tolo, um incompetente, um racista , um xenófobo, um populista, um extremista e tudo o mais que se queira referenciar como politicamente incorrecto ou mesmo como valores não humanistas. Mas a democracia é também o aceitar o direito de todos esses perfis poderem concorrer e mesmo ganhar. Goste-se ou não, é a democracia, certo?

Obviamente que esta conclusão serve igualmente para todos os intervenientes em todas as eleições realizadas em ambiente de democracia e sufrágio universal. Extremistas, fundamentalistas, populistas, nacionalistas e com outras vistas, sujeitam-se todos à democracia, nos deveres, direitos e garantias.

Como diria D. Trump, "let's work democracy!"