É mais ou menos público que as relações entre a Câmara Municipal da Feira e alguma imprensa local, escrita e falada, têm andado algo azedadas.
Não discutindo aqui as razões que possam esgrimir as partes, certo é que sabendo do "dói-dói" da Câmara Municipal relativamente à questão da eventual saída da freguesia de Milheirós de Poiares para o concelho de S. João da Madeira, na berlinda da actualidade pelo facto de uns doutos da política, uns tais de Fernando Rocha Andrade (PS), Moisés Ferreira (BE), Rosa Maria Albernaz
(PS), Filipe Neto Brandão (PS), Porfírio Silva (PS), Carla Tavares (PS) e
Jorge Costa (BE) terem apresentado na Assembleia da República um projecto de lei que solicita a integração da freguesia feirense no minúsculo município sanjoanense, o jornal semanário "O Correio da Feira" fez uma espécie de inquérito em que a reboque da questão de Milheirós de Poiares e com uma boa dose de entendível provocação, perguntou a algumas individualidades políticas o que achavam da eventualidade do município de Santa Maria da Feira poder vir a ser integrado no do Porto.
Obviamente um inquérito legítimo mas sobre uma questão hipotética quase a roçar a idiotice porque a partir dessa "eventualidade" poderiam ser colocadas milhentas outras igualmente sem sentido, como a que abaixo coloco com ironia. Ora para questões assim, seriam merecidas respostas à altura. Um dos inquiridos, ligado ao PSD, disse que percebia o alcance e sentido da pergunta mas que de facto era um assunto que não se colocava. Esteve bem. Estaria melhor se nem se dignasse a responder. Outros, nomeadamente do BE e do PS, não pretendendo alargar a guerra para além de Milheirós, porque seria muita fruta, frisaram que o importante é que nestas questões seja respeitada a vontade popular. Mas no caso de Milheirós de Poiares, a vontade de parte dos seus habitantes ou do concelho? Leram os resultados das últimas eleições autárquicas? E quantos eleitores de Milheirós ou do concelho representam os ilustres subscritores do projecto de lei? E por vontade popular, o que acham os ilustres políticos do BE e do PS da possibilidade de Portugal vir a ser integrado na Espanha? É que com o ordenado mínimo e o preço dos combustíveis por lá, já não falando na qualidade dos políticos, fosse feito um referendo à tão importante vontade popular e possivelmente a larga maioria dos portugueses não se importaria nada em ser espanhola. Moisés, Albernaz e companhia, pensem nisso e avancem com a proposta de um referendo. Têm o meu voto.
Já agora, pela tão inusitada questão, o que acham certos jornalistas da nossa praça quanto à possibilidade de irem cavar batatas?