Todos sabemos que as crianças entusiasmam-se com pouco e os pais acompanham o entusiasmo destas. Vê-las contentes, a sorrir e a sonhar é, afinal, o mais importante. O resto é folclore... “That’s all, folks”. A juntar a estes ingredientes, o entusiasmo comum pelo Pai Natal da Coca-Cola e temos, assim, o contexto para o sucesso de perlins e afins, um pouco por todo lado onde o comércio tenha tentáculos.
Mas por estes dias, em que o Uíma vai de azul e a Feira de vermelho e espanhóis, nada como dar um salto a Arouca e ver e respirar a coisa com um ar um pouco mais arejado, e mais de verde. Por ali, ainda se circula e respira-se com uma (ainda) pontinha de genuinidade, seja na envolvência da vila, seja no convento e amplos jardins entre as tendinhas costumeiras de artesanato, licores, enchidos, cebolas, alhos, castanhas cruas e a assar. Para a fantasia, o "Celeiro Encantado" armado nos húmidos calabouços do velho convento, onde as crianças se deliciavam no ambiente de mistério que só elas detectam.
Nada como um Domingo com sol a cheirar a Natal, por mais banalizado que este esteja. Já nada é como era, mas ainda é Natal.