Porque perto, e porque faz bem à saúde e à carteira, tenho ido para o trabalho a pé. Por conseguinte, mesmo sendo curto o percurso, atravesso pelo menos duas passadeiras de peões.
Acontece que mesmo tomando todas as precauções e seguindo a velha recomendação do pare, escute e olhe, como nos ensinaram há muitos anos através de campanhas da Prevenção Rodoviária Portuguesa, ao atravessar as respectivas passadeiras tenho-me confrontado com situações de desrespeito por parte dos automobilistas. É verdade que uma das passadeiras, colocada em cima de uma curva fechada, não ajuda nada e é uma autêntica ratoeira, mas, em suma, a larga maioria dos automobilistas está-se literalmente a cagar para os peões e não surpreendem as recorrentes notícias de atropelamentos nas passadeiras, mesmo com consequências mortais.
É certo que importa aos peões cumprirem os procedimentos de segurança de aproximação e atravessamento, o que nem sempre se verifica, mas de facto constata-se esta falta de respeito quase generalizado por parte dos automobilistas. A educação rodoviária e sobretudo cívica nunca foram o nosso forte. Somos todos pilotos aceleras e com o pé pesado e uma vez ao volante, "...os peões que se fodam e tenham cuidado".
É o que temos.
É o que temos.