Nos tempos modernos, a tendência é não darmos atenção às pequenas coisas, pormenores, pintelhos que não nos merecem cinco minutos de reflexão, seja no plano pessoal, no trabalho, na comunidade, etc. Interessa-nos, isso, sim, grandes coisas, vistosas, marcantes, quanto mais materialistas, melhor.
Todavia, certamente porque é a idade a pregar-nos destas pequenas partidas, ou então, a partir dela, a falta de paciência para tolerar e compreender uma sociedade cada vez menos humana, há momentos em que não conseguimos deixar de dar atenção a essas tais pequenas, insignificantes coisas. E isto a ponto de corrermos o risco de gerar pensamentos e reflexões que parecem só nossos porque passam ao lado das mais simples preocupações dos demais.
Todavia, certamente porque é a idade a pregar-nos destas pequenas partidas, ou então, a partir dela, a falta de paciência para tolerar e compreender uma sociedade cada vez menos humana, há momentos em que não conseguimos deixar de dar atenção a essas tais pequenas, insignificantes coisas. E isto a ponto de corrermos o risco de gerar pensamentos e reflexões que parecem só nossos porque passam ao lado das mais simples preocupações dos demais.
Neste contexto, que pode parecer confuso, fico a pensar, claro está, comigo mesmo, o que uma pequena caminhada para o trabalho, pode suscitar: Desde logo que a caminhada em si, de apenas 9 minutos para vencer 750 metros, corresponde aproximadamente a 1000 passos e a uma queima de 75 calorias. É certo que quem nos faz estas contas é uma simples aplicação das muitas que temos em qualquer simples telemóvel, mas são números que têm a sua importância para além do óbvio, a poupança em combustível e o ganho na saúde.
Mas mais do que isso, e que a app não nos diz nem estima, é o que mais se pode ver, como desde logo o constatar que nesse curto percurso e só numa das valetas é mais que muito o lixo por ali deixado, como plástico e papel, desde maços de tabaco, invólucros de snacks, embalagens de preservativos, garrafas de água, latas de refrigerantes e outros mais indiferenciados, desde o talão do multibanco e uma revista, jornal e até cuecas abandonadas.
Claro está que todo aquele pouco(muito) lixo é o retrato do nosso consumismo e sobretudo do desleixo e falta de educação cívica que nos faz, de forma indiferente, lançar para a valeta tudo o que não nos interessa, biodegradável, reciclável, ou não.
Depois, vemos, ainda o que dentro de um automóvel tendemos a dar menos valor, como as valetas com excessiva vegetação, a estrada degradada, esburacada, os passeios igualmente degradados e ratoeiras para quem neles caminha, os remates de ligações das redes de água e esgotos a mando da Indáqua, mal feitos, com remendos vincados, aldrabados pela ganância do lucro e incompetências por se fazer mal o que se deveria fazer bem.
Depois, ainda, e isso já o disse noutra altura, o desrespeito geral para com alguém na situação de peão a atravessar uma passadeira, o que diz muito do que somos enquanto condutores.
Afinal, perdemos facilmente duas horas a ver um filme ou um reles jogo de futebol e em apenas 10 minutos ao longo de 1 quilómetro há tanto para ver, aprender e reflectir.
Mas se dizem que o futuro está nos novos e nas mentalidades cívicas e ambientais que se aprendem nas escolas, pode ser só do pessimismo da idade, mas cheira-me que não, porque do que se vai vendo delas e nelas a coisa não está para melhorar. Talvez, isso, sim, dos novos, mas dos que ainda estão por nascer. Infelizmente, para muitas coisas, já será tarde.
Mas, quiçá, será mesmo apenas pessimismo, próprio da puta da idade.
Mas, quiçá, será mesmo apenas pessimismo, próprio da puta da idade.