Por estes dias, num daqueles programas televisivos de festas em que se mostra gastronomia, chouriços e outros enchidos, enquanto vários cantores pimba vão entretendo o povo, e sobretudo em que vamos sendo constantemente massacrados para ligar para um certo número de telefone a troco de um sorteio de prémio em cartão ou mesmo um carro, quando em certa altura a câmara fez uma panorâmica pela assistência, reparei de uma assentada em várias pessoas com cães ao colo. Em contrapartida, pessoas com filhos pequenos ao colo, apenas uma.
Não vou nem quero fazer interpretações desta situação que nos pode parecer, e é, paradoxal, mas, porque cada vez mais comum, devia despertar alguma reflexão. Há algo que parece não bater certo, não porque sejam situações erradas mas porque nelas há qualquer coisa que parece subverter a ordem natural das coisas. Mas, verdade se diga, numa época em que muita coisa anda ao contrário, só surpreende que alguém se surpreenda. Não tarda, e teremos um PAN ou algo do género a reclamar do estado providência o abono de família para cães e gatos.