21 de outubro de 2019

A ver as horas


Ouvimos há pouco, nas notícias, que um professor da Escola Secundária Rainha Dona Leonor, em Alvalade - Lisboa, contratado precariamente como substituto, agrediu um aluno, pelo que foi preso, interrogado e remetido aos calabouços. 
Pela parte do Ministério da Educação, parece que o homem está suspenso e numa suspensão que se estende a todos os estabelecimentos. Ou seja, como professor público, já foste. Irradiado. Fica-se a aguardar pela indemnização ao agredido.

Claro que nada justifica o comportamento agressivo do professor, já que o aluno, certamente alguém cumpridor, disciplinado, infringiu a chata da regra que lhe tinha sido recomendada de não usar o telemóvel, e se recusou a entregar, só porque, impaciente, queria ver as horas. O que de resto será  normal pois os alunos usam e abusam do telemóvel na escola apenas para ver as horas, porque tem mais pinta que aquela coisa que foi inventada para tal,  o relógio. Mensagens, whatapps, facebooks, jogos e outras coisas, a rapaziada não gosta. Só mesmo para ver as horas.

Todos sabemos que vão longe os tempos dos professores partirem a cana e a palmatória no lombo, cabeça e mãos dos alunos. Era uma selvajaria. O que agora está na moda, na lógica do 8 para o 80, , é precisamente o contrário e as notícias das agressões de alunos a professores são mais que muitas e na generalidade já deixaram de ser notícia. Mas sendo mais que muitas estas situações, não há memória de alunos detidos nem suspensos de toda a actividade escolar e irradiados em todas as escolas do país e remetidos para um mestre de trolha ou pedreiro.

Nada como o equilíbrio nestas coisas e a nossa actual justiça é mesma "ceguinha" e todos são tratados com equidade.

Mas, fora a ironia, e nada justificando o comportamento do prof, os professores no entanto que se aguentem, porque quanto à perda de autoridade e vítimas de abusos das pobres criancinhas e adolescentes, não são mais que os polícias, que mesmo de pistola à cinta, fartam-se de apanhar nas ventas e ai deles se chegam a roupa ao corpo dos pobres e indefesos agressores.

Tempos modernos.