Vi hoje, uma qualquer jornalista, com ares de armada ao pingarelho, a interrogar insistentemente Sónia Pereira, Alta Comissária paras as Migrações, "se Portugal não se sentia envergonhado sobre o assunto da situação dos "refugiados", nomeadamente a sua distribuição num hostel", com várias pessoas por quarto.
A Comissária foi-se esquivando à provocação, justificando a situação como tinha que ser explicada. Foi educada, mas um "vá à merda", não seria de todo descabido. Não o disse, porque lhe cairiam o Carmo e a Trindade", mas de certeza que o pensou.
Mas pelo vistos a jornalista queria a toda a força que a entrevistada assumisse a "vergonha" de Portugal. Entenderia ela, a jornalista, que o Estado deveria acolher os supostos refugiados em suites 5 estrelas nos melhores hotéis da capital, com champanhe e caviar e meninas abanar o leque?
Esqueceu-se, porventura, que são supostos refugiados, muitas vezes um eufemismo para emigração ilegal, muitos dos quais as autoridades não encontraram motivo para o estatuto de refugiado intimando-os a regressar aos países de origem, sendo que, recorrendo, continuam como turistas a despesas de todos nós. Esta gente queixa-se do país e das condições de recepção mas não o querem deixar. É certo que merecem tratamento digno enquanto estão à responsabilidade do Estado, mas perceber a situação, não lhes fazia mal. Mas reclamam. E eu e muitos, que dormimos quatro numa cama, com os pés de uns a coçar o nariz dos outros... e xi-xi e cócó era fora de portas, numa retrete. de quatro tábuas.
Ainda há gente mal agradecida.