A Zona Ribeirinha do Rio Inha, na freguesia de Canedo (entre a ponte da EN 222 e o rio Douro), está requalificada desde há algum tempo e mostra-se como um espaço muito positivo e apetecível, ideal para umas caminhadas e pescadores.
O seu percurso, está ainda sem saída. Fala-se que há ideias de lhe dar continuidade pela margem sul do rio Douro, até ao lugar de Porto Carvoeiro, também em Canedo, o que lhe acrescentará uma extensão de cerca de 2,4 Km, mas certamente que não será fácil nem barato, sobretudo devido ao declive abrupto da margem.
Seja como for, o actual percurso, com cerca de 1/3 em pavimento e a restante parte em terra com rodados em paralelos de granito, tem cerca de 1,3 Km o que de ida e volta comporta 2,6 km, praticamente todo plano.
No entanto, do que vimos, percebe-se que a zona tem alguns problemas. Desde logo o facto de não dispor de saída alternativa, também pelo acesso ser por rua estreita e ainda por não dispor de zonas de fácil manobra, tendo uma onde termina o pavimento mas invariavelmente ocupada por carros. Os espaços de estacionamento são poucos. No verão, com tempo seco, o percurso em terra tenderá a levantar poeira com o trânsito automóvel o que naturalmente incomodará que ali estiver. Pelas características da parte interior do percurso (encosta muito íngreme e xistosa, há também o permanente risco de queda de pedras.
Em suma, se não for aplicada alguma regra e sinalização, há uma forte susceptibilidade de confusões no trânsito automóvel, sobretudo em fins de semana e no Verão. Ainda hoje verifiquei confusão na parte terminal com carros a inverter a marcha e a gerar-se complicações.
Importaria que o trânsito automóvel fosse condicionado ou até mesmo proibido, mas certo é que, pelas características da margem, não há grandes alternativas para um parque condizente e capaz de atender às necessidades em alturas de "ponta".
O local é obviamente interessante, com o rio Inha na realidade afogado pelo rio Douro e pelo efeito da albufeira da Barragem de Crestuma-Lever, mas sobretudo vocacionado para pescadores e caminhadas. Para outro tipo de fruição, como convívios, merendas e piqueniques não me parece indicado nem será esse o seu objectivo.
Por outro lado, infelizmente, ambas as margens estão povoadas dos incaracterísticos eucaliptos, o que empobrece a bio-diversidade. Na encosta paralela ao percurso, algumas plantas características (vi alguma lavanda, gilbardeira, campánulas, musgos, "sedum albums" e fetos) mas no geral muito infestadas por acácias (austrálias) e eucaliptos.
Em resumo, um espaço muito positivo mas não adequado para um fruição de muita gente.