10 de junho de 2020

Brincar aos aviões



Confesso, saloiamente, que nunca estive num aeroporto  nem pus os pés dentro de um avião. O mais próximo disso terá sido algures numa Festa do Viso de outros tempos em que por lá se instalava um carrocel de aviões.
Por conseguinte, até ao momento, a necessidade de viajar de avião tem sido tão dispensável como uma dor de dentes.
Arrelia-me, pois, com fundamento, que a maioria dos nossos Governos tenham na TAP um autêntico poço sem fundo onde o dinheiro de todos nós, incluindo dos que nunca viajaram de avião, como eu, é ali despejado à tripa farra, de forma desmedida a pretexto, dizem eles, da importância estratégica da coisa para o país e da diáspora. Se querem a minha opinião, que tal estratégia se foda e mais quem apregoa isso!.
A coisa é tão simples quanto isto: Quem viaja, por férias ou trabalho,  que pague os custos inerentes. Não pode nem deve beneficiar de borlas, de descontos ou de passagens pagas abaixo do preço de custo. Não é pedir muito. Apenas que funcione a lei do mercado. 
Mas como nestas coisas vamos todos de anjinhos, o nosso Governo prepara-se para lá meter mais umas pázadas de dinheiro (+ 1200 milhões). E digam o que disser, porque nestas coisas as desculpas são sempre muito tecnicamente rebuscadas para enganar parvos, será dinheiro sem retorno e os prejuízos e a dívida, como a nossa pública, continuarão a galopar.
Já não há paciência para estes desmandos. Se não tem viabilidade a TAP, administrem-lhe a eutanásia e desliguem as máquinas. Não faltarão outros aviões. Nem que seja algures num carrocel.