Das restrições anunciadas há pouco pelo chefe do Governo, António Costa, com limitações de circulação e recolher obrigatório nos próximos dias e próximos dois fins-de-semana, para além dos aspectos que se esperam como positivos no controlo da pandemia, não há como ignorar que foi também um "decretar oficial" de falência de milhares de empresas, sobretudo do sector da restauração e estabelecimentos similares. Costa reconheceu que as medidas são duras para o sector, mas não percebi que tivesse anunciado apoios concretos ao mesmo.
Assim, de uma cajadada, aniquila de vez um sector que já vinha a registar enormes quebras e prejuízos. Poderiam ser tomadas excepções intermédias e com janelas de horários compatíveis, por exemplo, entre as 18:00 e as 22:30 horas, mesmo que restringidas a um raio de circulação, mas não. Foi mesmo a "matar". Assim, sendo, engrossa-se a lista de falências e insolvências, o desemprego e a miséria.
Espera-se que pelo lado do controlo da propagação da pandemia os resultados sejam manifestamente positivos no final desse período, caso contrário poderemos começar a assistir ao que um pouco por todo o lado na Europa, e não só, se começa a perceber, com manifestações contra a dureza de algumas medidas e restrições às liberdades e garantias sem aparentes resultados porque contra uma realidade que porventura terá que percorrer o seu curso de forma inevitável mesmo que com todas as consequências inerentes. Pode parecer que sim, mas lutar contra a natureza é ainda uma luta impossível e inglória.
Mas oxalá que todas estas percepções não sejam mais que dúvidas e pessimismos e que entretanto tudo volte à normalidade, mesmo que aparente.
[foto: UrbanRider-DeviantArt]