Pode parecer cedo, mas já começam a mexer as coisas para a preparação das Eleições Autárquicas neste ano de 2021, que se preveem lá para início Outubro. Mesmo que em surdina, já se traçam cenários.
No entretanto, não se sabe o que vai dar a questão da prometida reversão de algumas das famigeradas uniões de freguesia, nomeadamente quanto à nossa. Com uma situação de pandemia em mãos e entretido com a presidência da União Europeia, que agora começa e se prolonga durante o primeiro semestre, tudo indica que o Governo vai protelar a reversão, ficando esta a navegar em "águas-de-bacalhau".
Assim, não parece crível que a coisa possa vir a fazer efeitos práticos e a tempo das eleições que se aproximam. Mas seria fantástico que sim, devolvendo-se a dignidade e funcionalidade às freguesias que têm estado paralisadas devido às doenças que padecem as uniões de freguesia, nomeadamente as que não souberam nestes quase oito anos compreender e respeitar as diferenças próprias de cada uma das unidades.
Seja como for, terá que haver eleições. Alguém terá que assumir os comandos e é importante que seja gente capaz a todos os níveis. Será sempre uma missão difícil neste contexto de união de freguesias porque a coisa nasceu torta e será inglório o endireitamento.
Quanto às eventuais listas concorrentes, cabeças-de-lista e demais elementos, que estes sejam capazes e interessados em reunir consensos para dar a cada uma das freguesias a importância e respeito que merecem. Não apenas num critério de justa proporção, mas preferencialmente no sentido de limar diferenças de modo a que todas as partes venham a ter igual nível de desenvolvimento.
Quanto à participação na disputa eleitoral, pela parte que me toca é peditório para o qual já contribui. Neste cenário de união de freguesias o meu contributo já foi dado. Ficarei, pois, a ver na bancada. Além do mais importa dar lugar a tantos que tão inflamadamente encontram apenas defeitos em quem de algum modo se presta a exercer cargos e funções de cidadania, mas para as quais nunca se predispuseram a dar a cara e a fazer parte e a sujeitarem-se às críticas fáceis, gratuitas e tantas vezes desonestas e desconhecedoras das realidades e dificuldades de cada um. Esses devem ser os primeiros a avançar para que, pelo menos, depois passem a ter alguma legitimidade para o arremesso.
Neste contexto, os próximos tempos serão mais do mesmo, com as habituais movimentações, a escolha de candidatos, nem sempre a mais acertada, nem sempre a possível, os perfis, as disponibilidades, as segunda e terceiras vagas, os posicionamentos para o futuro próximo, etc, etc. É, pois, coisa interessante para se assistir (de fora).