Já se sabe que o André Ventura e o seu "Chega" não vão de todo à missa da nossa Esquerda política. De resto como tudo quanto se mexa do Centro à Direita. Até mesmo o PS normalmente está numa posição de amor e ódio e invariavelmente apanha por tabela, ou porque se encosta à Direita ou porque não se encosta mais à Esquerda.
Seja como for, dentro dos valores supostamente apregoados pela Esquerda, parece que estão o respeito pela diferença, a tolerância, a não descriminação, a integração, a inclusão, etc, etc. Apesar disso e deste leque de coisas teoricamente bonitas, parece-me que tem sido de uma total intolerância a reacção que a Esquerda no geral tem tido para com o Ventura e o Chega. Os protestos de boicote aos eventos de campanha para as presidenciais têm sido disso um exemplo. Que não concordem nem alinhem, compreende-se, que combatam essas ideias com outras ideias, aceita-se porque é esse o caminho certo. Já não parece nada normal nem até aceitável no panorama da democracia e da diferença e respeito por quem pensa de modo diferente, mesmo que de forma radical, que essa contestação e esse combate passem para o plano do inaceitável. É que não é por nada, é que assim colocam-se ao nível de tudo quanto é baixo e reprovável em Ventura e no Chega. Ainda por cima parecem não perceber que esse combustível só está ajudar ao crescimento do Chega. Não será esse o caminho certo.
Neste contexto, parece que quanto a extremismos políticos e ideológicos estamos conversados, porque esta certa Esquerda está ao nível da Direita que André Ventura e o Chega pretendem representar. Ambos merecem pouco ou mesmo nenhum crédito porque ambos estão no patamar da rafeirice, seja ideológica seja de princípios.