A higiene e limpeza nos espaços públicos, como quem diz a higiene urbana, está regulamentada em quase todos as Câmaras Municipais, nomeadamente na de Santa Maria da Feira, que dispõe do seu Regulamento de Resíduos Sólidos e Higiene Urbana.
O incumprimento dos mesmos regulamentos, seja por parte de empresas ou particulares, pode naturalmente dar lugar à aplicação de coimas, mesmo sabendo-se que na prática, é quase um "faz de conta", já que mesmo em situações flagrantes poucas são as consequências e em muitos casos são as próprias autarquias a "pôr o pé na argola".
Más há um tipo de prática corrente e recorrente de sujidade na via pública, sobretudo em ambientes rurais, que, pelo que tenho analisado, passa ao lado dos regulamentos camarários ou então de leitura e interpretação dúbias. Falo do caso da sujidade das ruas decorrentes de saídas de estaleiros de obras, locais de aterros e desaterros e ainda de lavoura de terrenos agrícolas, seja com terra seja com estrume. Em ambos os casos verifica-se um recorrente abuso e desrespeito, já que antes de se fazerem à estrada ninguém tem a preocupação de limpar e lavar, mesmo que de forma mais superficial, alfaias, rodados de tractores e camiões, deixando rastos e terrões em longas extensões das ruas, desde o "local do crime" até à "toca".
Há Câmaras, poucas, que têm essa especificação, mas no geral tudo é resumido a entulhos e resíduos de obras, escapando ao crivo as situações atrás referidas.
Em resumo, o que não falta por aí é "cagões" despreocupados e sem qualquer sensibilidade para com o respeito do espaço público que é, afinal, de todos nós. Ora quando se junta esta falta de cultura cívica à falta de regulamentação e penalização aos prevaricadores, tudo é possível e daí não surpreende o que vamos vendo.
Mas como estamos em Portugal, não é de todo surpreendente. Não generalizando, afinal, o mal de Portugal foi sempre o ter "portugueses".