Da parte do PSD - Partido Social Democrata, que tem governado a Câmara há mais de quarenta anos, ainda não se sabe oficialmente qual o candidato, mas tudo indica que o actual presidente, Dr. Emídio de Sousa será novamente o cabeça-de-lista, propondo-se àquele que, a ser reconduzido, será o seu último mandato por força do limite regulamentar. Recorde-se que há quatro anos a sua apresentação oficial ocorreu no início do mês de Maio. Não nos parece, pois, que oficialmente, tal anúncio se dê antes do próximo mês de Maio, até porque por ora a pandemia vai marcando outras urgências.
A quatro anos de distância, todavia, já se adivinha quem estará alinhavado para tentar a sua sucessão, mas até lá muita água correrá na Ribeira de Cáster.
Pessoalmente, para mim, o Dr. Márcio Correia é um quase desconhecido, para além de episódicas escutas da sua intervenção politica no programa de debate "Câmara Aberta", em que participa na Rádio Clube da Feira, juntamente com Alferes Pereira (CDS-PP).
Das poucas vezes que o escutei, pareceu-me ser conhecedor da realidade do concelho, pelo menos dos seus principais dossiês, e com um discurso deveras ponderado. Mas não passa de uma mera impressão colhida no palco mediático, quase sempre pouco revelador do valor de alguém.
De resto, o Partido Socialista feirense tem tido sempre esta dificuldade crónica em apresentar uma figura consistente como cabeça-de-lista, como se em todos os ciclos eleitorais para o município tenha que recomeçar sempre do zero, já que enquanto oposição, o protagonismo dos líderes tem-se esvaziado ou mesmo dissolvido durante o mandato, quando seria expectável um crescimento, uma sedimentação, notoriedade e peso político e de intervenção no eleitorado do município a ponto de uma natural recandidatura. Ora como isso não tem acontecido desde António Cardoso, com os anteriores candidatos (Alcides Branco, Strecht Monteiro e Margarida Gariso), a coisa torna-se sempre complicada. Mesmo quanto a Margarida Gariso, recorde-se, a mesma abandonou a vereação, por motivos pessoais é certo, mas que de algum modo reafirmam esta dificuldade sistémica do PS em apresentar recandidaturas. Pessoalmente creio que uma recandidatura amadurecida pela tal experiência de oposição seria positiva.
Por todas estas questões, e pela qualidade intrínseca do candidato Dr. Emídio Sousa e sua experiência cimentada por dois mandatos, bem como do peso de uma máquina oleada que se tem perpetuado, a tarefa do Dr. Márcio Correia afigura-se como muito difícil, mas é um caminho que tem que percorrer e uma disputa a travar.
[foto: diariodafeira.com]