O assunto da ordem do dia e dos últimos dias, que não tem passado despercebido, até porque toda a comunicação tem feito disso importante notícia de abertura, como se nada houvesse de mais importante no planeta, mostrando adeptos ingleses em pleno convívio e farra sem respeito pelas elementares regras de segurança face à pandemia Covid-19, parece merecer uma opinião mais ou menos consensual de muita gente, de anónimos a especialistas de Saúde, quanto ao desrespeito, incoerência e incongruência face ao que é pedido aos portugueses.
Ainda ontem, enquanto toda aquela anarquia acontecia em vários pontos da cidade do Porto, a Protecção Civil enviava SMS aos portugueses a lembrar a obrigação do uso da máscara, do distanciamento social e a proibição de consumo de bebidas alcoólicas no espaço público.
Cada um ajuizará com bem entender, mas para mim, e creio que para muitos, mais do que uma recomendação a ter em conta, essa SMS é uma pura provocação e ofensa pela incoerência e dualidade que revela. Isto é a brincar com as pessoas e fazer das mesmas anjinhos.
Anda-se a obrigar as pessoas a regras mais ou menos apertadas, a proibir convívios familiares, a limitar número de pessoas em restaurantes e depois permite-se essas excepções, por mais importantes que sejam para a economia. Se o caso é a importância económica, então que se abram de forma plena todos os sectores.
Mas, no fundo, tudo está bem, porque apesar da bolha ter rebentado como um grande peido, se se fizer uma sondagem amanhã, o Governo e o partido que o sustenta estará mais uns pontos à frente nas intenções de voto.
Já cantava a Ana: "Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti".