Como prova provada de que "não há duas sem três", Rui Rio lá despachou pela terceira vez consecutiva a concorrência nas eleições para presidente do PSD.
Contra todas as expectativas e da maioria dos dirigentes das estruturas distritais e concelhias, que apoiavam Paulo Rangel, Rui Rio contou mesmo com os votos "livres" dos militantes de base. Aveiro foi um dos distritos que contribuíram para a vitória, escassa mas legítima e notória face ao que se esperava.
Em resumo, muitos dos ilustres dirigentes e políticos laranja, pela terceira vez consecutiva apostaram todas as fichas no cavalo errado. Acontece. Como Rio disse não ser ingrato, pode ser que a alguns volte a arranjar um lugar na lista de deputados.
Mas Rui Rio não terá a vida fácil, até porque o seu estilo declarado de colocar os interesses do país acima dos do partido e dos pessoais, não é porca que encaixe no parafuso dos políticos de profissão. Seja como for, sai ainda mais legitimado, mas quanto à união do partido, mesmo que reclamada pelo seu adversário derrotado, será sempre num ambiente de hipocrisia porque os rangelistas e montenegristas vão continuar de facas afiadas e voltar ao ataque, que mais não seja logo depois de se saber os resultados das próximas Legislativas, onde apesar do discurso positivo e do "nós vamos ganhar!", será obviamente difícil, porque quem está no poder parte sempre em vantagem.
Mas, é política e, para já, para os derrotados, é tempo de pranto e "rangel" de dentes. Não lhes faltarão outras oportunidades.
[foto: Público]