Decididamente, os tempos presentes são diferentes de outros tempos, os passados. Nessa altura, na tasca, o pessoal à semana pedia, um café e um bagaço. Ao Domingo, um café, um bagaço e o "O Primeiro de Janeiro". Agora, pede-se, um café, o "Correio da Manhã", duas de 5 e cinco de 1. Raspadinhas, pois claro.
Já não basta o sabor confortante de um café quente, e a frescura das notícias do futebol ou da política, mesmo que estas sejam sempre ressessas. Há que raspar pela adrenalina da expectativa inerente ao jogo, numa renovada esperança de que "...agora é que vai ser!".
Há até quem se acomode num cantinho, qual tertúlia política e literária de outros velhos tempos, e tenha num qualquer Bernardininho, um moço fiel que assegura o fastidioso frete de ir ao balcão comprar. Os jogadores, esses já só se contentam em apenas no raspar.
Raspa, raspa! Não tem nada! Foda-se! Vai comprar mais duas de 5. E o Bernardininho lá vai num constante vai-e-vem até que chegue à hora do almoço.
Bom Domingo!