2 de dezembro de 2021

Exterminem-se os alto-falantes (a bem da Nação)

 


O documento acima publicado, existente no acervo de velhos papéis da paróquia, trata-se de uma  missiva  do então presidente da Câmara Municipal da Feira, Dr. Domingos Caetano de Sousa, ao Pe. Francisco Gomes de Oliveira, pároco de S. Mamede de Guisande, em que pedia a este o obséquio para ser avisado nas missas dominicais a veemente proibição de uso de alto-falantes, que se verificaria em algumas freguesias, incluindo a de Guisande, não sendo concedidas licenças para tal uso e que foram transmitidas instruções às autoridades para procederem à apreensão de todos os instrumentos amplificadores de som, atentatórios do sossego e tranquilidade públicas.

Ora em resposta, o Pe. Francisco escreveu: O Sr Presidente enganou-se. Tem havido alto-falantes nas freguesias limítrofes, mas nesta já há muito tempo que não. Guisande, 23 de maio de 1958.

Não deixa de ser curiosa esta nota da Câmara Municipal. Pelos vistos o uso de alto-falantes para animar bailaricos deveria ser então uma moda e um praga pois "desassossegava e ofendia" a tranquilidade às pessoas. Pelos vistos, seria festa com fartura, o que não agradaria a todos, incluindo à Câmara.

Curiosa igualmente a resposta do pároco, dizendo ao Sr. Presidente que este se enganara.