No turpor da noite fria
Avançam as máquinas da dor,
Do ódio e da prepotência.
O descanso merecido dos heróis,
Homens, mulheres, crianças,
É quebrado e a noite esturpada
Com vómitos de fogo e sons de medo.
O exército de gente indiferente
Marcha à ordem de um homem só,
Numa fúria que esmaga casas e gente,
Deixando um rasto de sangue e pó.
Um homem pequeno, pequenino,
Num elmo negro de cobardia
Com o poder na ponta do dedo
De mandar fazer trevas o dia.
Se os tanques fossem ceifeiras,
Os mísseis foguetes de alegria,
Quem dera que assim fosse,
Como chuva benfazeja.
Mas não! Que maldito seja!
A. Almeida