Nasce a ribeira, fresca cristalina;
Deslizando alegre, ali a correr,
Ainda modesta, assim pequenina,
Mas grande na vontade de crescer.
Logo à frente, já sem embaraço,
Vão com ela outros doces regatos
E juntinhos nesse natural abraço
É já rio galgando campos e matos.
Do canto primeiro, doce, quase sem voz
Rumoreja agora como amplo que é
Seguindo de manso ou revolto, até.
O destino chegado, alcançada a foz,
Ali mais à frente, esperando-o com fé
O mar acolhe-o num abraço de maré.
A. Almeida