24 de março de 2022

A ribeira se fez rio


Nasce a ribeira, fresca cristalina;

Deslizando alegre, ali a correr,

Ainda modesta, assim pequenina,

Mas grande na vontade de crescer.


Logo à frente, já sem embaraço,

Vão com ela outros doces regatos

E juntinhos nesse natural abraço

É já rio galgando campos e matos.


Do canto primeiro, doce, quase sem voz

Rumoreja agora como amplo que é

Seguindo de manso ou revolto, até.


O destino chegado, alcançada a foz,

Ali mais à frente, esperando-o com fé

O mar acolhe-o num abraço de maré. 


A. Almeida