Que coisa bela, sublime, a amizade
Que tantos procuram no campo deserto,
Na amplitude do tão longe ou bem perto
Como resposta sábia à suma verdade.
Mas quem espera colher fruto ou trigo
De costas voltadas ao campo lavrado?
Não basta esperar na sombra estirado
Importará lançar a semente de amigo.
Quem nada dá não espere, pois, receber,
Porque a amizade quer-se cultivada,
Semente lançada para depois então colher
Amizade, linda, sentida, não se explica,
Porque é lição bem cedo ensinada,
É conta que não subtrai, antes,multiplica.
A. Almeida