Ando no mundo, tanto tempo passado,
Num viver de apressado, galopante,
Como anão com passos de gigante,
Como quem se procura desencontrado.
Corro em frente a um destino mais além
Sem alcançar o tempo que avança lá à frente
Numa ânsia desejada, louca, premente,
Desilusão de quem tudo tendo nada tem.
Serei eu, afinal, nesta corrida sem meta,
Não mais que o rasto brilhante de cometa,
Uma pedra atraída como ao planeta a lua?
Ou talvez, ave sem ninho, besta sem covil,
Um banal cidadão, homem igual a outros mil
Ou somente um caminhante que avança sem rua?