1 de abril de 2022

Livros



Não sei quantos livros tenho,

De romance, aventuras, poesia,

Realidade ou simples quimera,

Nem os quero contar, confesso.

Sei quanto deles tanto obtenho,

Como aconchego em noite fria,

Dois braços abertos na espera

Por alguém perdido em regresso


Mas tenho muitos, centenas,

Um oceano de páginas revoltas

Em ondas de prosas e versos

Que fustigam o barco do meu ser.

Mas dez que fossem, apenas,

Seriam aves livres, bem soltas,

Pensamentos densos, dispersos,

Convergentes no impulso de ler.


Não sei, nem saber isso me empenho,

Nem vontade ou  querer me assaltam,

Porque mais que saber os que tenho,

Choro e lamento os que me faltam.


A. Almeida