Dou razão ao amigo Luís: O Facebook não é o melhor sítio para virmos expressar as nossas dores de alma, seja na alegria, mas sobretudo na tristeza. Não porque o não possamos fazer ou não tenhamos esse direito, mas essencialmente porque não deixa de ser uma banalização dos nossos momentos mais íntimos, como se precisássemos de um palco do tamanho do mundo para o fazer, para os mostrar.
Na tristeza bastará o recolhimento e tantas vezes a solidão. E sim, o conforto dos amigos próximos, mas daqueles que nos conhecem nas nossas virtudes e misérias e não, tantas vezes, de meros desconhecidos.
Na alegria, também não importará extravasar para além do círculo de quem realmente nos quer bem e capazes de se alegraram, em comunhão, de forma verdadeiramente sentida. Ademais, podemos ter um grande "grupo de amigos" nas redes sociais mas na verdade e no geral, se espremido é um limão amargo, quase sem sumo.
Posto isto, longe de mim pretender dar lições de moral ou de comportamento, mas tenho como válido que há coisas que ainda devem ser reguladas pelo bom senso, pela razoabilidade, pela discrição.
Não é fácil, pois não, porque no fundo queremos, de uma forma ou outra, ser sempre o centro do mundo ou o palco das atenções e é incessante a busca por despertar invejas com as nossas belas estampas, os nossos feitos, o nosso estilo de vida e as nossas vaidades ou então, em sentido oposto, procuramos com avidez a comiseração alheia para as nossas fatalidades, os nossos desencantos e as nossas tristezas.
Em última análise, somos seres gregários e da condição evolucionista não conseguimos desprender-nos dessa teia de dependência social. Está-nos no sangue e no instinto.