Tanta canseira afadiga o homem
Além de tudo quanto diz e faz;
Coisas fúteis que o consomem
Quando, afinal, lhe basta a paz.
Esse afago de mansidão interior,
É, afinal, o bem mais precioso:
Desperta sereno o negro turpor
De um viver triste, só, doloroso.
A paz calma como bem supremo,
É como lago na placidez da água,
Em que apenas o doce bater do remo
O desperta à vida, o viver sem mágua,
Homem, pára! Afrouxa esse fragor
Medonho de todos os teus rios
Feitos de água de lágrimas e suor
E dá-lhes a calma dos vales macios
A.Almeida