30 de maio de 2022

Paz interior



Tanta canseira afadiga o homem

Além de tudo quanto diz e faz;

Coisas fúteis que o consomem

Quando, afinal, lhe basta a paz.


Esse afago de mansidão interior,

É, afinal, o bem mais precioso:

Desperta sereno o negro turpor

De um viver triste, só, doloroso.


A paz calma como bem supremo,

É como lago na placidez da água,

Em que apenas o doce bater do remo

O desperta à vida, o viver sem mágua,


Homem, pára! Afrouxa esse fragor

Medonho de todos os teus rios

Feitos de água de lágrimas e suor

E dá-lhes a calma dos vales macios


A.Almeida