Tinha programado um trilho de 20 Km algures em S. Pedro do Sul, mas, que raio, marcaram o dia de colheita de sangue para a mesma data (23 de Julho de 2022).
Por isso, sem hesitações, fui dar sangue. E fui o primeiro, não por competição mas apenas como velho hábito desde que pelo início dos anos 90 começaram as colheitas em Guisande.
Pelas minhas contas, nestes 30 anos já serão quase meia centena de dádivas válidas, embora o sistema, à portuguesa, diga que terei apenas 30 e picos.
Seja como for, a menina do secretariado, como agora é moda dizer-se, informou-me que com a dádiva de hoje já tenho a isenção de forma definitiva. Não sei que diga, para além de ser mais uma constatação de que a velhice avança a passos certos e firmes como um touro enraivecido a correr com os cornos apontados aos collants dos forcados.
As coisas são como são e importa esperar pelo touro, de barriga para a frente, pelo menos com a esperança do animal vir com as pontas serradas e os olhos turvos. Sim, ninguém, nem mesmo os forcados, gosta de enfrentar o touro da vida no seu estado puro.
Posto isto, digo que fiquei espantado que a maioria dos presentes até à hora em que saí, era de mulheres. Bem sei que há machos que têm fobia e horror às agulhas, outros que andam nas corridas e nos sports, outros ainda na cama, alguns que até preferem doar na sede da Associação, mas esperava que em Guisande a coisa fosse mais equilibrada.