22 de agosto de 2022

As bandas à banda

 




Na Festa de Canedo, tudo parece ser grande e desmesurado. Apesar disso, algumas coisas são pequenas, pequeninas.

Não se compreende, de todo, que duas bandas filarmónicas, com o prestígio da dos Mineiros do Pejão e da de Lousada, sejam remetidas para pequenos coretos, sem condições aos tamanhos das bandas (sobretudo a do Pejão), com os músicos apertados como sardinhas em lata, sem se poderem mexer. Ainda, por agravo, ali juntinho dos barulhos das diversões.

Caricato e ilustrador disto, o facto do 1.º flautista da Banda dos Mineiros do Pejão (ver foto), à falta de espaço ter que tocar com o braço por fora de um dos pilares do coreto e com os pés mesmo na borda. 

Por sua vez, o homem dos bombos teve que ficar numa espécie de varanda suspensa, acrescentada como um anexo. Algum músico que pretendesse dali sair em emergência, tinha que passar por cima dos colegas e, como um ginasta, transpor o varandim do coreto com os naturais riscos, como vi.

Não sei como os responsáveis pelas bandas acedem e concordam a actuar naquela vergonhosa falta de condições, que os desprestigiam porque desconsiderados. Todos precisam de facturar, mas é triste.

Paradoxalmente, o palco principal, imenso, à sombra, na parte central do arraial, vazio, com os apetrechos da cantora pimba que ali actuará à noitinha.

Paradoxos e exemplos de como as bandas filarmónicas, baluartes da nossa melhor cultura e tradição são tantas vezes assim desconsideradas por organizações com pouca sensibilidade para estas coisas. 

Demasiado mau para bandas com tanta qualidade. Provavelmente não voltarei ali para ver bandas postas à banda.

Há limites!

Que Nossa Senhora deles tenha piedade!