Em certa medida, e como analogia, uma Festa, como a nossa, é como um restaurante. Chegamos à mesa reservada, o ambiente está quentinho ou fresquinho conforme faça frio ou calor, somos bem atendidos, petiscamos e depois o consolo de um excelente assado ou um bacalhau generoso, logo rematados com uma deliciosa sobremesa e café.
Pagamos e, satisfeitos, vamos a bater com a mão na barriga para outras paragens.
Mas para isso, por detrás da cortina desse palco, há azáfama, antes, durante e depois, com gente que trabalha, na logística, na despensa, na contabilidade, na limpeza e, obviamente, na cozinha e na serventia.
Ora nem sempre pensamos nisso e damos como adquirido que tudo nos chega à mesa de forma automática, como numa máquina dispensadora de tabaco em que o dinheiro entre por uma ranhura e o maço sai por outra.
Assim, para uma Festa, como a nossa, há gente que organiza, comanda e se responsabiliza pelo êxito ou fracasso, mas há igualmente gente que se dedica com bairrismo a judar naqueles momentos especiais, como é ocaso, de forma particular, a preparação da passadeira ou tapete de flores, ainda a participação na procissão tranportando os andores, alfaias ou estandartes.
O processo por mais desorganizado que seja, e infelizmente é quase sempre improvisado, exige tarefas prévias como angariar flores e verdura, preparar e colorir serraduras, e naturalmente pedir ajuda de colaboradores. Depois é sair mais cedo do almoço de família, e andar por ali regra geral com calor e moscas e apanhar uma valente suadela.
Posto isto, todas as pessoas envolvidas, de uma forma ou outra, merecem o nosso apreço e fazem-nos ter esperança que apesar das dificuldades crescentes, nomeadamente em nomear comissões de festas, com gente que assuma com orgulho a sua identidade, raízes e bairrismo, a nossa Festa do Viso, está aí para dar e durar.
Oxalá que sim!