Há sedes assim, intensas, interiores,
Que deixam à míngua as raízes das emoções,
Em que não há agua que baste à secura.
Quem dera que o coração plantado a flores
Vivesse em eterna primavera, sem verões,
Com rega abundante da água mais pura.
Talvez no amor se encontre a fonte,
A frescura orvalhada de um vale,
Uma boca seca que um beijo pede.
Talvez um conto que alguém nos conte,
Num adormecimento sereno, sem mal
Para um despertar doce, sem sede.