Quando uma alma vive perturbada
Sem noite, sem cama onde se deite,
Sob uma luz mortiça quase apagada
Como lamparina já sem o azeite,
Tudo é tristeza e dor, um vazio.
Melhor seria não ter nem ser nada,
Como mãe estéril, seca, sem leite.
Talvez nessa pobreza assim reclamada
Encontrasse o louco algum deleite
Ainda que sem consolo, murcho e frio.