24 de outubro de 2022

O oleiro do tempo

Deixem-me, amigos, que vos diga,

O tempo, esse nunca volta p´ra trás,

Um ano, um mês, sequer um dia.

Os anos têm um peso que fustiga,

Que da frescura viçosa dum rapaz

Transforma-a em doce melancolia.


O tempo é assim, um laborioso oleiro

A moldar o barro de que somos feitos,

Inacabados desde o momento primeiro

Como vasos a girar na roda, imperfeitos.