Deixem-me, amigos, que vos diga,
O tempo, esse nunca volta p´ra trás,
Um ano, um mês, sequer um dia.
Os anos têm um peso que fustiga,
Que da frescura viçosa dum rapaz
Transforma-a em doce melancolia.
O tempo é assim, um laborioso oleiro
A moldar o barro de que somos feitos,
Inacabados desde o momento primeiro
Como vasos a girar na roda, imperfeitos.