A missa do "Dia de Todos os Santos" é, sem dúvida, a mais participada de todas quantas se celebram na nossa paróquia. De há anos. Creio que não será diferente nas demais. Nem mesmo em dias tão solenes quanto a Páscoa e o Natal, a nossa igreja fica tão apinhada de gente.
Creio que pela importância litúrgica, tanto a da Páscoa como a do Natal mereceriam mais participação, mas seja como for, é igualmente simbólico que assim seja neste dia. Afinal os santos que em primeiro lugar celebramos são os da casa, os nossos familiares, recentes ou antepassados que já partiram. Mas também amigos e demais pessoas da nossa comunidade. Porventura só depois virão os santos a sério, mais ou menos conhecidos, cuja lista é interminável, porque os populares, esses têm festa própria garantida e com festança a acompanhar.
Estou convencido que em grande parte assim é porque tendemos a viver estas coisas de forma tradicional e rotineira, porque é feriado, porque é habitual, porque todos vão e mal parece que fiquemos por casa.
Mas por outro lado, mesmo um relógio parado aponta horas certas duas vezes ao dia, e assim mesmo nestas nossas rotinas há sempre algo de genuíno e profundo e um sinal de que mesmo que por uma ou poucas vezes ao ano, damos conta de quem já partiu à nossa frente e isso chama-nos à realidade de que um dia, cada um no seu momento, também partiremos, sem malas nem bagagens.
Aproveitemos pois este dia e o de amanhã, de resto, todos, para ter, tanto quanto possível, esta reflexão em conta.
Uma vela, protegida do vento, dá sempre luz enquanto lhe durar a cera.