26 de janeiro de 2023

O altar a faltar à simplicidade

A propósito das notícias relacionadas com os custos da organização da Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá no princípio de Agosto, em Lisboa, nomeadamente com o valor que se vai gastar com o palco, qualquer coisa como 4,2 milhões de euros, a que acresce mais um milhão e picos para fundações, a comprovar-se considero que de facto é um absurdo e despropositado tal gasto. Mesmo considerando que a coisa vai ser suportada pelo município lisboeta, é exagerado. Creio que o palco, pelo propósito, deveria ser o mais singelo possível. Funcional quanto baste, mas sem aparato desnecessário.

Para além do mais, e do dinheiro a investir pela Câmara Municipal de Lisboa, vão ali ser aplicados muitos outros milhões de euros do orçamento do Estado, o dinheiro de todos nós. O país farta-se de financiar obras em Lisboa, como é este caso e como foi a Expo 98. Uma festa!

Para além deste absurdo faraônico, que não fica bem e um evento da Igreja, no muito que se tem criticado há também muita hipocrisia. Lisboa paga mais do que isso com o evento Web Summit (11 milhões por ano) e o suposto retorno económico não se equipara ao previsto para a JMJ. E, todavia, parece que toda a gente gosta e acha muito bem.

Em resumo, para além da muita hipocrisia de muitas das críticas, vindas de vários quadrantes da sociedade, reafirmo que me parece um gasto exagerado mesmo que até se considere, como dizem, que a infra-estrutura ficará ali para eventos futuros. Parece paradoxal todos estes gastos, com dinheiro à fartazana, e depois andamos a pedir às famílias portuguesas que deem alojamento, cama e mesa a largos milhares de jovens. É algo que não encaixa.