Não há volta a dar. Os ditos programas de entretenimento que passam pelas nossas televisões, incluindo concursos, são de uma infantilidade enjoativa. A começar pela RTP, que por princípio teria outras responsabilidades e obrigações, tratam-nos como se fôssemos todos criancinhas. Bem sei que os tempos são outros, longínquos de Artur Agostinho, Henrique Mendes ou Igrejas Caeiro, mas não é preciso tanto. O nível anda por baixo, mas dizem-me que agora é assim, e que nestas coisas, modas e tendências (que até se dizem trends) copiam uns pelos outros o que de melhor (pior) se faz no resto do mundo. Os formatos são os mesmos e a fonte parece ser comum, como a Fremantle que produz a maioria dessas coisas (voices, masters chefes, got talents, preços certos, vai ou racha, etc, etc).
Já não há paciência e o problema é que, pelo menos na RTP, de algum modo andamos todos a pagar aquele recreio permanente.
Felizmente que, na televisão paga, há sempre boas opções, ainda com documentários instrutivos e formativos. Ainda há muita coisa de positiva e cultural mas as coisas vão no sentido de tudo isso ser obsoleto. Anda já por aí a Inteligência Artificial a suprimir brechas de instrução e a transformar a ignorância de muitos em sabedoria.