Confesso que os valores que de um modo geral os padres e párocos cobram às suas paróquias, é assunto que não me prende a cuidados e como tal não tenho nem quero ter uma opinião rígida, porque neste como em muitos outros assuntos, há sempre diferentes opiniões e pontos de vista. De resto, contribuir para tal pagamento por enquanto é coisa que não é obrigatória.
Por conseguinte considerar se será muito ou pouco, até em função da proporcionalidade e recursos de uma qualquer freguesia e ainda sabendo que hoje em dia qualquer sacerdote acumula duas, três ou mais paróquias, é assunto que pouco adianta discutir e sobretudo porque nos dias que correm já todos sabemos que os tempos de sacerdotes pautados por vocação e dedicação às causas do espírito e com o possível desprendimento material ou mesmo votos de pobreza, é coisa de um certo passado. Hoje em dia a realidade é diferente e não há outra forma de o dizer, os sacerdotes, os párocos são comuns assalariados e como quaisquer outros cidadãos reclamam todos os confortos materiais e acumulam riqueza. Padres desprendidos das cousas materiais, como o saudoso Pe. Domingos Moreira, que foi pároco de Pigeiros e Guisande, ou mesmo o nosso conterrâneo Pe. Agostinho da Silva, já serão modelos raros e em vias de extinção, se é que ainda os há.
Sinais dos tempos em que mesmo sob essa condição e supostamente com bons ganhos, acima da média de qualquer normal licenciado, doutor ou engenheiro, ainda falta gente à profissão. Por conseguinte, mesmo sendo da esfera da religião, funciona aqui a lei do mercado e da relação da procura e oferta. Enquanto assim for, não pode esperar qualquer paróquia que tenha como seu guia espiritual alguém a trabalhar pró bono. De resto e nestas coisas da Igreja, como parece que se dizia dos bonitos sermões de Frei Tomás, é olhar para o que ela diz e não para o que faz.