Na frescura densa do amanhecer
Há pranto no roseiral do jardim;
As rosas em lágrimas de orvalho
Choram por razão imerecida.
Ontem jovem, agora a envelhecer
Também choro com elas, e assim
Dou comigo a medir o que valho
Numa equação sem peso e medida.
Mas porquê, meu Deus,chorar
E esta angústia e desatino?
Afinal, como rosa a desfolhar,
Cumpre-se apenas o meu destino.
AA-13/04/2023