Nos tempos que correm vai fazendo escola um puritanismo social que apesar de nos antípodas de antigos costumes e normalidades, padece da mesma doença e cegueira, com a agravante de já não por ignorância mas porque nos carris de rumos ditos politicamente correctos como se a História possa ser mudada. Assim, há editoras a alterar histórias, narrativas, palavras e adjectivos onde o gordo não é gordo, o preto não é preto, o cigano não é cigano, e em troca vestem-lhes outros supostos sinónimos como se um cu mudasse na sua essência só porque muda de calças.
Mas esta visão cega, que vai arrebanhando seguidores, a modos de burros que usam palas só para ver defronte, é mais ampla e há estátuas, monumentos e obras de arte a serem castradas ou arrumadas para o breu dos arquivos mortos só para não chocarem as tais novas mentalidades. Que o diga a estátua do David de Miguel Ângelo, só porque não usa cuecas a tapar aquele insignificante pénis em estado de repouso marmóreo, chocando os pais dos alunos de uma América despudorada.
Por conseguinte, quem aprova e legitima quem estabelece estes novos parâmetros de pensamento, arte e literatura, e quem o consome, não faz mais que um papel de modelo que mostra as pernas, o cu, as maminhas e tudo o que for preciso para exibir na moda as tendências, mesmo que em rigor não passem para fora da estreita passarele. Mais prosaicamente, os que dão lastro a estes absurdos em nome do novo politicamente correcto e quem os segue, por comparação, não são mais que as prostitutas que se oferecem nas montras chiques do Red Light District de Amesterdão.
É o que é! A mais velha profissão do mundo tem novas concorrências e concorrentes.