3 de julho de 2023

A França é de há muito uma nação multi-racial e multi-cultural e já nem sei se em rigor tem algo de si própria, de gaulsesa, de nacionalista. Neste efervescente caldo social, cultural e até religioso, tem este país um histórico de manifestações que supera qualquer outro país, desde as mais curriqueiras às mais violentas, incluindo as que por estes dias têm feito parte das notícias, com milhares de jovens e adolescentes e até crianças em actos colectivos de puro vandalismo que ultrapassam em muito o direito pacífico à manifestação, destruindo tudo à sua frente. Não há motivo algum, memso a morte de alguém às mãos da polícia, que justifique este tipo de reacções que penalizam não só o Estado como milhares de cidadãos que nada tiveram a ver com o caso que em teoria despoletou estes actos criminosos.

Tenho para mim que reacções criminosas, quase terroristas, porque isto é tudo menos manifestações, deviam ser tratadas como tal, mesmo que para o efeito - apetece dizê-lo - fosse necessário disparar a matar. Passe o exagero e a desproporção, mas doutro modo, apenas com métodos e procedimentos politicamente correctos a coisa não vai lá. Algumas bastonadas, gás lacrimogénio e canhões de água e as habituais e várias detenções, em rigor não dão em nada nem fazem pensar duas vezes os inssurectos. As detenções às centenas são apenas um faz-de-conta e daqui a poucos dias não haverá um único que permaneça detido e os condenados eventualmente vão ter que fazer umas horas de serviço comunitário que em rigor nunca cumprirão.

É nestas alturas e nestas reacções de puro vandalismo, destruir por destruir, que desejamos que a França fosse uma China. Para o bem e para o mal, os regimes democráticos não sabem lidar com as massas quando é necessário impor a disciplina, a autoridade, a lei e a ordem. Por conseguinte, este tipo de reacções e manifestações violentas e destruidoras são apenas um dos frutos da árvore do politicamente correcto, onde até os mais ordinários e vis criminosos têm direito a ser tratados como se fossem pacíficos e honoráveis cidadãos.

Assim sendo, que aguentem!