3 de julho de 2023

Acolhimento de jovens peregrinos

Cá na paróquia de Guisande seremos uma das famílias de acolhimento de dois jovens peregrinos durante a semana que antecede a Jornada Mundial da Juventude, que como se sabe ocorrerá na cidade de Lisboa na primeira semana do mês de Agosto.

Os programas que ocuparão os jovens que acorrerão ao nosso país na semana que antecede o evento, designam-se de Pré-Jornadas ou Dias nas Dioceses e comportam vários momentos a nível da Diocese, Vigararia, comunidade inter-paroquial e famílias de acolhimento, adequados às suas realidades e inspirados em cinco pilares: Acolhimento, descoberta, missão, cultura e envio.

Em rigor, enquanto família de acolhimento não temos total disponibilidade, porque ainda em tempo de trabalho e por isso com horários preenchidos, mas com alguns ajustamentos será possível receber dois jovens, até porque durante o dia eles andarão ocupados por outros lados no âmbito do programa. 

É certo que a nossa freguesia não é das grandes mas facilmente podemos identificar umas 20 a 30 famílias que, querendo, teriam todas as condições para acolherem jovens em suas casas, porque objectivamente com disponibilidade, porque muitos já reformados ou pré-reformados, com boas instalações e no geral com os filhos já fora, por isso com quartos desocupados.

Apesar disto e dos constantes apelos que na nossa paróquia vêm sendo feitos desde há meses, parece que o resultado em termos de famílias aderentes está muito aquém do que seria expectável e desejável levando os responsáveis a ponderar improvisar situações de alojamento em grupos, que podendo remediar, não serão, contudo, as mais adequadas sob o ponto de vista da importância do contexto de inter-acção entre famílias e jovens.

É pena, mas em boa verdade também não supreende, pois em rigor, de um modo geral, as pessoas fogem das responsabilidades e compromissos como o diabo da cruz.  Por natureza, não somos dados a voluntarismos nem a partilhas e o expectável enriquecimento mútuo, para os jovens peregrinos estrangeiros e famílias de acolhimento, não é permissa que vá à missa da larga maioria dos que teriam de facto disponibilidade e instalações. A fraca aderência fala por si. Oxalá que a coisa ainda se componha sendo que por imperativos de programação o prazo já é reduzido.

Mesmo que com pena, há que entender esta retracção de muitas das nossas famílias que teriam todos os requisitos para o acolhimento mas que por motivos que se devem respeitar optaram por não aderir à experiência e aos apelos. 

Como diria um filósofo pragmático: - É o que é! Em terra árida não se espera colher morangos.