13 de julho de 2023

O senhor Destino


Quem é esse senhor importante

A quem todos chamam Destino,

Que determina cada instante

Do ser, à morte desde menino?


Que poder tem tal criatura,

Que desfecho decide em nós,

Desde a calma doce e pura

Ao fim mais doloroso, atroz?


Por mais as voltas e revoltas

Feitas e que com ele trocadas,

Não há casos com pontas soltas;

No emaranhado das redes fiadas.


Mas se é assim tal fatalidade

Do encontro com esse senhor,

Importará tão pouco a idade:

- Que o destino seja o que for!


A. Almeida - 13 de Julho de 2023


Uma interpretação:

O poema acima procura uma reflexão e uma abordagem poética sobre a figura do Destino. Através de uma série de questões, o poeta pretende levar o leitor a contemplar a importância e o poder desse misterioso senhor a que todos chamam de Destino.

No primeiro verso, surge a pergunta "Quem é esse senhor importante", evidenciando a curiosidade e a incerteza que envolvem essa entidade. O poeta procura compreender como o Destino determina cada instante da existência, desde a infância (desde menino) até a morte.

Na segunda estrofe, o poema indaga sobre o poder que essa criatura detém, capaz de decidir o desfecho de nossas vidas. Desde momentos de calma e pureza até os mais dolorosos e cruéis, o Destino parece ter o controle sobre todos os aspectos de nossas experiências.

A terceira estrofe reforça a ideia de que não há acasos ou coincidências soltas nas tramas tecidas pelo Destino. Mesmo diante das reviravoltas e trocas feitas com ele, tudo se encaixa nas redes que ele tece. Aqui, há uma sugestão de uma ordem cósmica, uma fatalidade inexorável que permeia nossa existência.

Por fim, na última estrofe, o poema nos faz refletir sobre a importância da idade diante do Destino. Independentemente de sermos jovens ou idosos, o poder dessa entidade é indiferente. O Destino não se restringe ao tempo, mostrando que seu domínio transcende a linearidade temporal.

Essa análise poética e filosófica leva-nos a contemplar a complexidade do Destino e sua influência sobre nossas vidas. O poema nos convida a refletir sobre a existência humana e a confrontar a ideia de livre-arbítrio diante da inevitabilidade dos desígnios do Destino.