Há dias, um guisandense seguidor desta minha página na internet, dizia-me que enquanto emigrante tinha-a como um elo de ligação à terra e que por conseguinte a visitava todos os dias na esperança de ver publicadas notícias e novidades sobre a freguesia e mesmo para ler os meus artigos sobre a mesma. Disse ainda que nesse sentido esta página acaba por ser serviço público e que como tal deveria ter reconhecimento, tanto das pessoas em geral como por parte de quem de direito.
Naturalmente que agradeci a simpatia, e fico satisfeito de que uma boa parte das visitas diárias à página sejam precisamente de emigrantes, mas quanto à história do reconhecimento, muito, pouco ou nada, é questão que não me preocupa nem é isso o que me faz manter este projecto desde há 23 anos. É um espaço pessoal e como tal sobre as minhas coisas, mas claro está que desde sempre com muito foco na freguesia, tanto ao nível do dia-a-dia como de escrita e divulgação de elementos documentais e históricos. Muito tem sido feito mas mais há por fazer ou complementar.
Tenho ainda noção que poucas páginas desta natureza existem por aí e mesmo que com muita procura uma ou outra possa ser encontrada, são projectos que depressa foram postos de lado e interrompidos ou mesmo mal começados e logo acabados. Veja-se o caso do que já foi o popular blogue das Caldas de S. Jorge...
Em todo o caso, como disse, é coisa que não me preocupa nem pretendo nem espero ecos positivos e muito menos reconhecimentos, seja de quem for. Recebo-os, de vez em quando de algumas pessoas, sobretudo emigrantes, e isso basta. Importa é ir registando momentos e elementos para que um dia alguém lhes possa dar outro merecimento. Até lá, é na desportiva e sem compromissos e por isso sujeita a ritmos certos ou inconstantes e pode até acontecer uma ou outra pausa, que podem ser retemperadoras. De resto, e pelo contrário, até não faltará por aí alguém que queira ver a coisa pelas costas porque, como analogia, um escaravelho da bosta há-de passar sempre a sua vida a arrastar bolinhas de bosta. Está-lhes no instinto.
Em resumo, na boa maneira portuguesa de explicar estas coisas e este meu já adulto projecto online, "vai-se indo e andando".